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Economista pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Possui cursos de extensão pela Fundação Getúlio Vargas em Fundamentos de Estatística Descritiva e Probabilidade, Gestão de Preços, Consultoria em Investimentos Financeiros, Balanced Scorecard, Finanças Empresariais, Introdução ao Mercado de Ações a Vista, Administração Financeira / Decisões sobre Investimentos e Financiamentos, Direito Bancário, Gestão de Crédito e Risco, Direito do Seguro e Resseguro, Gestão Estratégica em Negócios Bancários, Teoria Econômica do Setor Público, Contabilidade Financeira, Projetos de Investimento Social e Série Estratégica em Finanças. Possui Certificação pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos CPA 10 e CPA 20. É Agente Autônomo de Investimentos credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM), certificado pela Associação Nacional das Corretoras e distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord). E-MAIL: daguiarsilva@uol.com.br

sábado, 3 de março de 2012

Qual foi o rendimento da poupança em um determinado período?


Por Daniel Aguiar

Muitos leitores sempre me questionam sobre como pode ser feito o cálculo do rendimento da poupança em um determinado período. É bem simples! Primeiramente, é necessário saber acumular taxas de forma capitalizada. Segundo, basta ter a tabela com a rentabilidade da aplicação.

A tabela de rentabilidade está disponível no link: http://www.portalbrasil.net/poupanca.htm - Tem-se disponíveis os rendimentos desde 1992.

Vamos considerar a poupança com aniversário no dia 01 de cada mês para o ano de 2011, ou seja, de janeiro de 2011 a dezembro de 2011. De posse da tabela de retorno, facilmente chegamos ao resultado usando o Excel ou uma calculadora comum.

Os retornos do período foram:



1º Passo: Transformar cada retorno em fatores. Dividimos o retorno por 100 e somamos 1:

1,006413
1,005719
1,005527
1,006218
1,005371
1,006578
1,00612
1,006235
1,007086
1,006008
1,005623
1,005648



2º Passo: Multiplicamos cada fator por eles mesmos – ISSO É ACUMULAÇÃO CAPITALIZADA DE TAXAS, em Matemática Financeira – ATENÇÃO: Jamais somar:

1,006413 x 1,005719 x 1,005527 x 1,006218 x 1,005371 x 1,006578 x 1,00612 x 1,006235 x 1,007086 x 1,006008 x 1,005623 x 1,005648 = 1,075

Do resultado, subtrai-se 1 e multiplica-se 100: (1,075-1) x 100 = 7,5% - Pronto! A poupança de aniversário do dia 01 em 2011 rendeu 7,5%. Esse foi o ganho nominal da poupança.

E o ganho real, qual foi? Basta deflacionarmos o valor.

1º Passo: Considerar a inflação do período. Utilizaremos o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) que está disponível no link: http://www.portalbrasil.net/ipca.htm.


A inflação do período foi de 6,5%.

2º Passo: deflacionar. Jamais subtraia a inflação do retorno. O cálculo é fácil. Basta encontrar os fatores do retorno e da inflação:

Fator do retorno: 1,075
Fator da Inflação: 1,065

Dividir o fator do retorno pelo fator da inflação: 1,075/1,065 = 1,00938

Do resultado, subtrai-se 1 e multiplica-se 100:

(1,00938 – 1) x 100 = 0,938% - Esse foi o ganho real para a poupança de aniversário no dia 01 para o ano de 2011. Em média, o retorno foi de 0,07783% ao mês (basta extrair a raíz 12ª do fator de retorno real).

A partir desse cálculo pode se sentir na prática o efeito da inflação.

Quem aplicou R$ 100.000,00 no período teve um rendimento nominal de R$ 7.500,00. Porém, descontada a inflação, o rendimento real foi de apenas R$ 938,00. A inflação corroeu R$ 6.562,00 do rendimento do investidor, ou seja, ele recebeu normalmente o retorno total de R$ 7.500,00, porém, com a alta dos preços, ele teve perda em seu poder aquisitivo de R$ 6.562,00.

Vale lembrar que a dinâmica do cálculo se aplica para qualquer tipo de investimento.


A teoria dos mercados eficientes e você: o papel do medo nos mercados


Leonardo Hermoso, para Dinheirama

A importância de poupar e investir é reconhecida, mas muitas pessoas ainda tem medo de investir. Isso geralmente acontece porque essas pessoas não entendem o mecanismo e o processo de investimento. E nada pior que andar em terreno desconhecido. Hoje vou falar sobre a teoria dos mercados eficientes e a influência dela sobre todos os investidores; melhor dizendo, a nossa influência sobre a teoria.

A teoria dos mercados eficientes é a “nova teoria” ou “teoria moderna”, enquanto as análises gráfica e fundamentalista são as “teorias antigas”. Basicamente, a teoria dos mercados eficientes diz que todos os agentes do mercado têm acesso às mesmas informações, ao mesmo tempo, e que o preço dos ativos reflete exatamente o nível de conhecimento, preparo, despreparo, medo e ganância de todo o mercado sobre o ativo (ou sobre o próprio mercado) e que qualquer distorção nos preços é rapidamente corrigida.

Seguindo tal lógica, seria infundado pensar em rentabilidades acima da rentabilidade do mercado em si. Em um cenário assim, o mais interessante seria procurar investimentos que nos proporcionassem rentabilidades idênticas ao do indicador em questão – no caso de renda variável, o próprio Ibovespa.

O medo faz parte do mercado e influencia seu comportamento
Mas essa teoria nos abre alguns parênteses. Primeiro, se o mercado realmente fosse eficiente, distorções nunca deveriam ocorrer. Segundo, seria ótimo aproveitar essas distorções. A variável que permite que as distorções apareçam é chamada de assimetria de informações, que existe quando dois agentes estabelecem uma transação e uma das partes envolvidas detém mais informações que a outra. Essa falha do mercado só existe por conta do comportamento humano, que é imprevisível, e este conceito gera outro evento que é conhecido como seleção adversa.

A seleção adversa ocorre quando os investidores selecionam, de maneira incorreta, ativos ou a direção do mercado. É como comprar na hora que deveria vender e vice-versa. Isso sempre é piorado pelo efeito manada, que é quando o investidor não sabe o que fazer e age movido pela vontade do todo – compra somente porque o mercado está subindo, sem entender o que realmente está fazendo ou acontecendo, por exemplo.

O medo potencializa tudo: oportunidades, lucro e prejuízo
Por outro lado, a assimetria de informações faz com que investidores mais informados consigam maximizar seu retorno sobre o seu investimento. Logo, esse evento deve ser visto como uma oportunidade a ser aproveitada e não como algo a ser temido. A ideia é simples: ao ler este texto, você está contribuindo para diminuir sua assimetria informacional; e isso é bom!

Agora imagine um banco de investimentos formado por diversos profissionais, todos com boas formações acadêmicas e muita informação disponível. Estes profissionais dedicam suas vidas exclusivamente a encontrar as distorções de preços, aproveitando os breves momentos de ineficiência do mercado e tornando-o novamente eficiente. Com certeza, eles conseguirão auferir lucro maior que a média do mercado – esses são os agentes que trazem eficiência para o mercado.

Neste momento, você deve estar pensando algo tipo “mas, o que isso tem a ver com o meu medo de investir? Na verdade, toda essa história gera mais medo”. Vamos olhar o aspecto mais óbvio do raciocínio: imagine um médico fazendo o trabalho de um engenheiro. Estaremos, com certeza, perdendo um bom médico e algumas vidas nas construções feitas por esse pseudoengenheiro.

Informação e qualificação contra o medo de investir
A mensagem que quero passar é que não devemos ter medo de investir, desde que isso seja feito de forma inteligente e com o suporte dos profissionais certos. Em primeiro lugar, devemos ir atrás de informação, para então procurar ajuda profissional para as decisões de investimentos. Assim como vamos ao médico quando estamos doentes, quando queremos investir devemos procurar uma boa assessoria.

Conhecer o mercado através de um bom profissional é muito vantajoso, pois podemos usar a experiência deste profissional para identificar nosso perfil e saber qual o melhor investimento, descobrindo, inclusive, a quantia de dinheiro que devemos alocar em cada ativo.

Não tenha medo de investir, pois, segundo a teoria que acabamos de ler, até o nosso medo está precificado valor dos ativos. É isso mesmo, o medo dos investidores pode causar (e causa) ineficiências no mercado. Portanto, procure ajuda profissional e o maior número possível de informações para identificar as oportunidades e lucrar em cima do medo e despreparo dos outros.

O Mercado obedece ao mesmo conceito da natureza: nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. O dinheiro que entra como lucro em seu bolso ou saiu como prejuízo do bolso de alguém ou como uma aposta contrária à sua. Aqui, informação é transformada em lucro.


Este artigo foi escrito por Leonardo Hermoso.
Trabalha no mercado financeiro desde 2006 e, desde 2010, é sócio fundador da Tradeal Investimentos. Aficionado por tecnologia, acredita que um grande boom financeiro pode acontecer muito em breve graças às facilidades dos meios digitais. No Dinheirama, traz explicações e soluções mais práticas para o seu bolso e o seu dia a dia.