SÃO PAULO - Saber a hora certa de
comprar e vender cada ação. Aprender a montar uma carteira diversificada, que não o exponha a um risco tão elevado, mas que garanta um rendimento acima da média. Estes são apenas alguns dos objetivos da maioria dos
investidores do mercado de
renda variável.
E, mesmo com o aumento considerável de pessoas físicas na Bolsa de Valores nos últimos anos, o mercado acionário ainda traz muitos questionamentos, principalmente dos pequenos investidores. Muitos se perguntam se estão aptos para começar a operar com esse tipo de ativo e se é necessário ser um “
analista” para se dar bem no mercado de capitais.
Para o professor de finanças da PUC–SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Fábio Gallo, o investidor não precisa ser um analista, mas é importante que tenha alguns conhecimentos para se enveredar pelos caminhos da renda variável.
Preparação
“Antes de começar a investir, a pessoa precisa se preparar um pouco. Costumo dizer que o segredo é investir inteligentemente e para isso, deve ter
planejamento, disciplina e, ao menos, um pouco de conhecimento”, afirma Gallo.
Para ele, o ideal é começar devagar e ir aprendendo sobre o mercado aos poucos. Para isso, o investidor pode entrar nos sites das corretoras e da própria BM&FBovespa e se familiarizar com os índices e com as principais características do mercado de ações. Além disso, também é possível utilizar simuladores para aprender as técnicas de compra e venda e entender como funciona o mercado.
“Assim, você vai acompanhando as oscilações e o desempenho de cada empresa, sem correr tanto risco. Também é muito importante ler as notícias e ficar de olho em todas as informações disponíveis sobre a empresa na qual se pretende investir. Quando se sentir confortável, você começa a montar a sua carteira”, aconselha.
Detalhes
Para ter sucesso nos investimentos, o professor cita a
estratégia do megainvestidor norte-americano Warren Buffet, terceiro homem mais rico do mundo segundo lista da Forbes, de analisar cada detalhe das empresas na qual pretende investir.
“É claro que o pequeno investidor não tem tanto tempo de fazer uma análise tão específica. Isso ele pode deixar para os especialistas. Mas é importante acompanhar e saber algumas informações relevantes, além de ficar sempre ligado em tudo o que sai na mídia sobre a empresa, até mesmo em veículos que não tratam apenas de economia”, diz.
Além do conhecimento, outro ponto importante para o pequeno investidor é o tempo que ele terá disponível para acompanhar seus ativos e tomar as decisões mais apropriadas de acordo com cada situação.
De acordo com Gallo, se você não tiver nenhum conhecimento e nem tempo para acompanhar os investimentos, uma alternativa é partir para um fundo de ações. “Nesse caso, é melhor deixar o dinheiro nas mãos de um especialista. Ainda assim, é preciso saber o básico para evitar problemas e investir em um fundo errado”, ressalta.
Variáveis
Segundo Gallo, existem duas variáveis principais que devem nortear as escolhas do investidor: a primeira é o tempo e a disposição que ele tem para investir e a segunda é qual a importância deste investimento para a pessoa.
“Quanto maior a importância do investimento e menor o prazo para aplicar, maior o risco daquela aplicação. E o contrário, quanto menor a importância e maior o prazo, menor o risco”, finaliza.
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