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Economista pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Possui cursos de extensão pela Fundação Getúlio Vargas em Fundamentos de Estatística Descritiva e Probabilidade, Gestão de Preços, Consultoria em Investimentos Financeiros, Balanced Scorecard, Finanças Empresariais, Introdução ao Mercado de Ações a Vista, Administração Financeira / Decisões sobre Investimentos e Financiamentos, Direito Bancário, Gestão de Crédito e Risco, Direito do Seguro e Resseguro, Gestão Estratégica em Negócios Bancários, Teoria Econômica do Setor Público, Contabilidade Financeira, Projetos de Investimento Social e Série Estratégica em Finanças. Possui Certificação pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos CPA 10 e CPA 20. É Agente Autônomo de Investimentos credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM), certificado pela Associação Nacional das Corretoras e distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord). E-MAIL: daguiarsilva@uol.com.br

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Desempenho real da poupança é o pior desde 2003, diz Economatica


Em novembro, poupador teve perda de poder aquisitivo de 0,29%. Cálculo considera rentabilidade sem o efeito da inflação.


Levantamento divulgado nesta quarta-feira (8) pela consultoria Economatica aponta que, em novembro, a poupança teve o pior desempenho real (que desconta a perda da inflação na rentabilidade) desde março de 2003.
A rentabilidade de 0,535% observada na poupança no mês, quando descontados os efeitos da inflação (de 0,83%, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial), se transforma em perda de poder aquisitivo de - 0,29% para o poupador, estima a consultoria.
De acordo com a consultoria, que calcula a rentabilidade mensal da poupança desde janeiro de 2003, o resultado de novembro foi o quarto pior desempenho nesse período.
"Podemos afirmar que o poupador que no final de outubro de 2010 depositou, por exemplo, R$ 1000 no final do mês de Novembro de 2010 teria R$ 1.005,35. Mas da mesma maneira uma cesta básica que no final de outubro de 2010 que valia R$ 1000,00 no final do mês de Novembro de 2010 valia R$ 1008,30", diz comunicado da consultoria.
A maior perda da poupança para a inflação, informa a Economatica, foi observada em janeiro de 2003, de -1,23%. O mês de maior ganho da aplicação sobre a inflação foi em junho de 2003, com 1,07%.
DESEMPENHO REAL MENSAL DA POUPANÇA,
DESCONTADA A INFLAÇÃO PELO IPCA
Dezembro/20090,18%
Janeiro/2010-0,25%
Fevereiro/2010-0,28%
Março/20100,06%
Abril/2010-0,07%
Maio/20100,12%
Junho/20100,56%
Julho/20100,61%
Agosto/20100,55%
Setembro/20100,12%
Outubro/2010-0,20%
Novembro-0,29%
Fonte: Economatica




Como construir sua fortuna

O país cresce, a Bolsa promete e os juros seguem altos. Nos próximos anos, o Brasil dará chances de enriquecimento a quem souber investir
Toda mudança de governo, como a que ocorrerá em janeiro, traz uma incerteza – seja por mudanças no comando da economia ou por novas pressões políticas. O mundo também vive um momento instável, com a persistência da crise que abalou as economias desenvolvidas. E, embora o Brasil apresente taxas de crescimento robustas, as contas públicas preocupam, pelo crescimento da dívida interna. Mesmo assim os próximos anos trarão oportunidades de enriquecimento para os brasileiros em idade de trabalhar e guardar dinheiro. O cenário permite, por exemplo, que um casal com patrimônio normal para as grandes cidades acumule R$ 1 milhão no período dos dois próximos mandatos presidenciais.

Para conferir se isso seria possível, pedimos recomendações de investimentos a profissionais do mercado financeiro com diferentes perfis. Eles mostraram como um poupador ou um casal de poupadores que tenham hoje R$ 150 mil e consigam aplicar perto de R$ 40 mil por ano poderão chegar a R$ 1 milhão antes do fim da década. Se o novo presidente, seja quem for, se reeleger em 2014, nosso casal de poupadores se tornará milionário ao mesmo tempo que o reeleito deixar o Palácio do Planalto, em 2018. As sugestões dos especialistas a ÉPOCA têm pelo menos 35% de investimentos arriscados (não recomendáveis para qualquer tipo de poupador) e tentam tirar proveito das condições brasileiras, esquisitíssimas do ponto de vista econômico: vivemos num país com inflação muito alta para os padrões internacionais, mas estável; estável e com baixo risco, mas que mesmo assim paga juros altíssimos; com juros altíssimos, mas empresas crescendo, desemprego em queda e uma Bolsa que promete muito. “Saímos da crise muito rapidamente e entraremos em 2011 em um equilíbrio, sem superaquecimento nem ameaça de a inflação estourar a meta. A economia brasileira reage muito bem a estímulos”, diz o economista José Júlio Senna, ex-diretor do Banco Central e sócio-diretor da MCM.

Neste país estranho, chegamos àquele momento do ano em que se acendem as luzes amarelas da preocupação com dinheiro: é época de receber a restituição do Imposto de Renda, de pensar no que fazer com o 13o salário ou com o ganho adicional dos negócios fechados no Natal. Ao mesmo tempo, há a pressão para gastar mais com presentes e viagens. Para temperar tudo, surge a vontade de fazer tudo diferente e evitar os antigos erros financeiros ao entrar no Ano-Novo. Pois, no caminho para o enriquecimento, o melhor é começar evitando os erros mais comuns. São eles:

Gasto e endividamento desenfreado. O poupador vem sendo assediado por ofertas de crédito que comprometem a renda e os planos futuros. Use o crédito com parcimônia e sem se colocar em risco financeiro.

Indisciplina para poupar. Mesmo entre os que não sofrem com o endividamento crônico, é comum a falta de paciência ou organização para investir. Deixar dinheiro parado na conta-corrente, fazer aplicações esporadicamente, apenas quando sobra dinheiro no fim do mês ou quando a memória ajuda, não é um bom caminho para acumular patrimônio. Aplique regularmente.

Excesso de conservadorismo. Mesmo entre os que não sofrem com endividamento nem com falta de disciplina para poupar, há aqueles que enriquecem mais devagar do que poderiam. Eles concentram investimentos na poupança, em fundos pouco rentáveis ou em um único ativo, como um negócio próprio (que pode não dar certo) ou imóveis (ótima opção nos últimos anos, mas que ainda assim oferece riscos). Procure alternativas de investimento, diversifique e assuma os riscos aceitáveis para seu estilo de vida.
Superados os erros mais comuns, é hora de ganhar dinheiro – ou melhor, de fazer seu dinheiro ganhar mais dinheiro. Isso pode ser feito de muitas formas, com investimentos em renda fixa, renda variável e que combinem as duas coisas, dependendo do objetivo de quem poupa. Simplesmente ter R$ 1 milhão não é uma boa meta financeira. Os especialistas sugerem que o poupador adote objetivos concretos: comprar um casa, pagar a faculdade dos filhos, aposentar-se com determinada idade e certa quantia guardada.

“Em vez de se concentrar em números mágicos, o investidor precisa pensar se aquela quantia vai atender ao que ele quer no futuro”, diz Rogério Bastos, da consultoria de finanças pessoais FinPlan. A trajetória para os objetivos pessoais até pode passar por ter R$ 1 milhão após certo tempo de investimento. Mas cada um precisa reavaliar periodicamente os passos até lá. Foi o que fez o executivo paulistano Márcio Riguetti, de 34 anos. Até meados da década passada, ele mantinha um terço de seus recursos em ações. Era uma estratégia arriscada para enriquecer mais rapidamente, bem razoável enquanto ele e a mulher não tinham filhos.

Hoje, o casal tem dois, de 3 e 7 anos. “Depois que eles nasceram e eu senti cheiro de pólvora da crise chegando, tirei o dinheiro da Bolsa e comprei um imóvel”, diz Riguetti. “Preciso garantir o conforto dos meus filhos. Hoje, tenho 10% de investimentos em um fundo multimercado e pretendo voltar para a Bolsa aos poucos.”

Esse tipo de flexibilidade será fundamental para que o poupador aproveite a década. Ela ainda deverá ser inteiramente marcada por juros altos, empurrados para cima pelos gastos excessivos do governo. “Esse é o pior aspecto da economia brasileira”, diz Senna, autor do recém-lançado Política monetária – Ideias, experiências e evolução. Mas o juro pode cair mais rapidamente do que o esperado, o que beneficiaria aplicações prefixadas e exigiria mais investimento em ações para quem quisesse se manter no rumo do R$ 1 milhão. No caso da Bolsa, é mais difícil fazer previsões. Sabemos que ela não está num momento eufórico – o que é ótimo. “O mercado inteiro ficou mais acessível. Há dez anos, a Bolsa era elitista”, afirma Aquiles Mosca, estrategista da gestora de recursos do Santander. Agora, a Bolsa não está cara. Pense a respeito.





quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Analistas mostram o que investidor deve fazer diante da crise na Europa

16/11/2010 - 14h54



próxima crise econômica que se aproxima está ligada aos deficits dos países da zona do euro, principalmente Irlanda e Portugal.
Certo. E como esta crise pode atrapalhar seus planos? Dificilmente, dizem consultores financeiros ouvidos pelo UOL Economia.
"Ela pode até respingar no Brasil, mas não temos grandes bancos brasileiros emprestando dinheiro para esses países”, afirma o consultor de valores mobiliários, Marcelo de Libero D’Agosto, especialista em fundos de investimentos.
D’Agosto afirma também que quem tem dinheiro investindo em fundos deve ficar tranquilo. “Até porque os fundos brasileiros voltados aos pequenos investidores só podem comprar títulos brasileiros.”
O que pode piorar é o clima de aversão ao risco dos investidores estrangeiros. E eles podem vir investir no Brasil. Com mais dólares entrando no país, o câmbio poderia cair ainda mais. E o faturamento das empresas exportadoras poderia ser afetado.
“Se isso acontecer será passageiro e não deve assustar o investidor brasileiro”, afirma Reinaldo Zakalski, diretor da BI-Invest.
Mas há chances de a situação piorar. “A situação só mudaria se grandes fundos decidirem sair de Portugal e da Irlanda. Isso mudaria a estrutura mundial de investimentos, mas acho que dificilmente aconteceria”, afirma Zakalski.
Seu bolso
E o que fazer se você tem planos para tirar o dinheiro investido em ações ou se seu CDB, por exemplo, está vencendo?
“O melhor é manter os planos. Não é preciso ficar apavorado com a situação europeia. Não deve haver grandes surpresa, e a situação logo se acalma”, afirma o educador financeiro Mauro Calil.
Quanto aos investidores em Bolsa de Valores, a sugestão é a mesma. "Quem precisa vender as ações, pode seguir a meta. Os papéis não devem continuar caindo muito mais", afirma Reinaldo Zakalski. Para ele, também não há problema em entrar agora na Bolsa.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Governo vai retomar debate sobre poupança

Para cumprir metas de juros, Dilma deve mudar regras para diminuir rendimentos da poupança



Brasília - Além de tentar ressuscitar a CPMF, o governo precisará trazer outro tema impopular e polêmico à pauta econômica. Para que o Brasil consiga ter juro real de 2%, como deseja a presidente eleita Dilma Rousseff, será preciso mudar regras para diminuir o rendimento da poupança.
É necessário reduzir a rentabilidade obrigatória para que a taxa Selic possa cair sem que haja desequilíbrio nas aplicações financeiras e na gestão da dívida pública.
O Ministério da Fazenda admite nos bastidores que o tema é impopular e, por isso, o assunto é tratado com cuidado, até porque o assunto reaviva traumas gerados pelo confisco no governo Collor. Já o Banco Central normalmente não trabalha com meta de juros, mas de inflação. Os juros são vistos como instrumento para se atingir a meta de inflação.
Deverá ser longo o caminho para o Brasil atingir o patamar de juro real desejado por Dilma. Números do BC mostram que a redução da taxa foi muito gradual nos últimos anos. Juro real é o patamar que não deprime, nem acelera o ritmo da economia. Esse número é considerado ideal pelos economistas, já que a política monetária não exerce pressão contracionista, nem expansionista na atividade.
Nos oito anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, esse patamar caiu de cerca de 15,5% no começo de 2003 para o atual nível entre 5,5% e 6% ao ano. Mesmo com essa redução, seria preciso cortar o patamar em mais da metade para chegar ao nível esperado pela presidente. 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Planeje seu 13º salário

Por Gerson Pereira

E o que fazer com este dinheiro extra que receberemos? Devemos planejar muito bem sua utilização, pois do contrário corremos o risco de gastá-lo de forma que não maximize seu benefício. 

Caso já tenha comprometimento antecipado do 13º, já que muitas pessoas fazemempréstimos a serem pagos no recebimento do abono, não há mais o que fazer, pois já ocorreu a antecipação do crédito. 

As pessoas que fazem esta opção têm de saber que pagam juros por receber o dinheiro antes e, por isso, serão adquiridos menos produtos ou serviços do que se esperassem o recebimento no prazo. Esta alternativa só é viável se a pessoa tem dívidas nas quais os juros cobrados pelos credores são superiores aos juros cobrados pela antecipação.

Se a pessoa possui dívidas quando do recebimento do 13º, a prioridade deve ser pagá-las em sua totalidade e, se o valor não for suficiente, preferir por pagar primeiramente os compromissos mais caros, ou seja, os que possuem maior taxa de juros.

O fato de não ter dívidas é algo muito interessante no Brasil, onde ainda se cobra uma das maiores taxas de juros do mundo. Mas, se a pessoa não tem reservas financeiras, há um risco bastante alto de surgir algum imprevisto e ser obrigada a pedir empréstimos. Neste caso, abra uma caderneta de poupança que é bastante simples de se contratar e não há pagamento de taxas de administração.

Esta reserva poderá evitar um rápido endividamento no caso de imprevistos, revertendo a boa situação financeira que tinha para incidir no pagamento de juros.

As pessoas privilegiadas que estão sem dívidas e com reservas podem aproveitar ao máximo o benefício deste recurso. Elas podem optar em aumentar suas reservas e receber mais juros por isso ou adquirir bens e serviços, pagando à vista e pleiteando descontos.

Em todos os casos anteriores não devemos nos esquecer das obrigações que surgirão entre o final de 2010 e começo de 2011, como despesas com Natal, Ano Novo, IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), matrícula e material escolar, uniforme e outros gastos comuns da época. 

Fica a dica de que as compras do final de ano devem vir após aplicar as dicas anteriores. Com isso, o final de ano pode não ser um dos melhores da vida, mas tornará 2011 inteiro um pouco melhor.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Fazer dinheiro é diferente de ganhar dinheiro

Por Jônatas Silva


Assim como existe uma diferença grande entre poupar e investir, também ganhar é diferente de fazer dinheiro.

Quem viveu no Brasil até o século XX e investiu, provavelmente ganhou dinheiro até com certa facilidade e baixo risco. Na minha visão, ganhar dinheiro é quando o investimento realizado não cria dinheiro, simplesmente o transfere de mãos. 

Uma instituição bancária ganha dinheiro captando a juros baixos e emprestando a juros altos, o chamado spread. Perceba que não é criado dinheiro, ele apenas muda de dono.

Os juros brasileiros sempre foram um dos mais altos do mundo. E isto é ruim para o país, pois mitiga o crescimento. Porém, é vantajoso para o "emprestador", afinal, juros altos, rentabilidade alta nos negócios. 

Tanto o governo como diversas empresas sempre gastaram mais do que arrecadaram, sempre estão precisando de dinheiro, e quem está do outro lado, do lado "emprestador", sempre se deu bem com isso.

O momento econômico brasileiro mudou, melhor, vem mudando. O spread é menor a cada ano e ganhar dinheiro é cada vez menos lucrativo. Aí que o investidor deve mudar a forma de lucrar, ao invés de ganhar deve-se fazer dinheiro.

E como se faz dinheiro?

Criando-se novos nichos de mercado, agregando-se valor ao produto ou serviço. Veja um clube de futebol, ele faz dinheiro ao investir nas categorias de base do clube, encontrar garotos com potencial; treinar, aprimorar, lapidar e "vender" o jogador com alto lucro. O clube fez dinheiro e não somente ganhou dinheiro.

O mesmo acontece com o Cirque du Soleil que ao reinventar o circo e o conceito de espetáculo criou um novo nicho de mercado no qual não há concorrência. Fez e faz dinheiro cobrando 500 reais num ingresso para 2 horas de espetáculo. 

Perceba que quando se cria um novo nicho, onde não há comparação, não existem regras. Não é possível dizer que o ingresso é caro ou barato porque não há com quem comparar. Criou-se um serviço totalmente novo onde o dinheiro é criado.

O investimento em ações

Investir em empresas de valor é investir em empresas que fazem dinheiro. É investir em empresas que com uma vantagem competitiva de longo prazo, criam novas demandas, exploram mercados ainda inexistentes e fazem dinheiro.

É possível se ganhar dinheiro na bolsa se especulando, assim como é possível participar do crescimento de uma empresa e fazer dinheiro com ela.

Títulos Públicos e CDS’s

Investimento nesses negócios, na minha visão, é ganhar dinheiro e não fazer dinheiro. Onde se empresta ao governo ou a um banco se ganhando com os juros recebidos e não na criação de valor.

Concluo dizendo que para enriquecer e fazer fortuna no Brasil será necessário FAZER dinheiro, ou seja, inventar novos nichos, criar demandas, explorar novas oportunidades. O tempo de enriquecimento apenas GANHANDO dinheiro, na minha forma de enxergar o Brasil, está acabando e não será mais possível se enriquecer desta maneira. Pense nisso!


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Direitos: quando o investidor deve recorrer à CVM?

Por: Flávia Furlan Nunes
13/10/10 - 10h08
InfoMoney


SÃO PAULO – A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) recebeu, no primeiro semestre deste ano, um total de 28,9 mil denúncias, consultas e reclamações por parte dos investidores e, de acordo com o superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores, José Alexandre Vasco, a tendência é que este número aumente.

“A nossa impressão é que as pessoas estão conhecendo mais os canais e trazendo suas demandas. É claro que, com o crescimento esperado no número de investidores pessoas físicas, esses números naturalmente vão crescer, não porque a qualidade dos serviços prestados tenha sofrido degradação”, explicou, em referência à expectativa da bolsa de atingir 5 milhões de pessoas físicas até 2014.

E um canal que tem ganhado destaque – e deve continuar ganhando – é a internet: “O que tem crescido ao longo dos anos é o atendimento pela internet, que tem se tornado um canal cada vez mais utilizado pelo investidor. Se ele está com problema no homebroker, de troca de informações com a corretora, e não consegue resolver, vai ao site da CVM* e já protocola a reclamação”.


Quando recorrer?

Mas em que casos é indicado que os investidores recorram à CVM? De acordo com Vasco, a qualquer momento ele pode protocolar uma reclamação, e não há exigência legal de que ele procure a corretora, o banco de investimento, a distribuidora ou a companhia de capital aberto como requisito prévio, apesar de ser recomendado.


“A nossa recomendação é que ele procure inicialmente a instituição e, lá, tente resolver o caso, procure se esclarecer”, afirmou Vasco. “Orientamos que a pessoa procure a ouvidoria e tente resolver a sua situação, sua dúvida ou encontrar uma reparação no âmbito da própria corretora, da própria entidade”.

Se não conseguir, é o caso de registrar a demanda junto à CVM, onde o investidor terá muito mais informações e elementos a apresentar e ajudará a comissão a identificar melhor o que ocorreu.


Casos de processo

Uma parte das demandas dos investidores gera processos administrativos na CVM. No primeiro semestre deste ano, das consultas, reclamações e denúncias recebidas, foi necessária a abertura de processo em apenas 457 casos, dos quais 282 provenientes de atendimentos efetuados pela internet, quando a resposta é dada em cinco dias, se possível.


“A maioria [das demandas] é atendida de pronto, no telefone, pessoalmente ou através do serviço de atendimento ao cidadão no site da CVM”, afirmou Vasco, que complementou: “A maioria dos processos, quase 80% em média, é respondida na nossa própria área, ouvindo a entidade reclamada, analisando o caso e respondendo ao investidor. Às vezes, a própria instituição reconhece a falha e adota as providências para corrigi-la”.

Porém, nos outros 20% dos casos, há a necessidade de envolver outra superintendência da CVM, que pode gerar processo sancionador, sendo que a punição, em caso de comprovada a autoria do caso, pode ser aplicada apenas ao final de um processo em que seja oferecida oportunidade de defesa para a entidade do mercado mobiliário.

“Isso leva um tempo maior. Havendo indício forte de materialidade de autoria, a superintendência pode oferecer um termo de acusação que tenha uma solução mais imediata. Havendo necessidade de inquérito administrativo, uma comissão é constituída e a decisão final pela aplicação ou não da sanção é dada pelo colegiado da CVM”.


Ressarcimento

Os casos que determinam abertura de processo na CVM são aqueles em que há indícios de alguma irregularidade, que não se trata de mera falha ou mero atraso, e pode estar havendo descumprimento de norma, segundo explicou Vasco.


“A CVM atua no âmbito da responsabilidade administrativa. Se houver indício de crime de ação penal pública, essa constatação é comunicada ao Ministério Público para que mova ação penal pertinente ao caso”.

Ainda de acordo com Vasco, a comissão não determina ressarcimento de prejuízos a investidores, poder que ela não tem.

*Em www.cvm.gov.br, na área Fale com a CVM. Canal para Atendimento ao Público, Ouvidoria, Audiência a Particulares, Pedido de Interrupção de Prazo de Assembleia e Denúncia sobre Suspeita de Lavagem de Dinheiro.

Investimento em ouro é seguro e estável, diz economista

Por: Heloisa Ferraz Finocchiaro
18/10/10 - 17h29
InfoMoney


SÃO PAULO - Durante a crise financeira mundial, quando comprar ações tornou-se tão arriscado quanto apostar sua aposentadoria em um jogo de dados, os investidores começaram a buscar aplicações mais seguras. Uma das mais tradicionais, em tempos de crise, é investir em ouro.

Segundo o economista da OuroMinas, Moacir Camargo, o metal é considerado um investimento seguro diante de um cenário instável, pois não sofre muito com as variações de política econômicas, pelo contrário, reage positivamente. "A migração de investimentos para a commodity, feita por quem deseja fugir dos ativos mais sensíveis, acaba fortalecendo ainda mais a rentabilidade e a cotação do ouro, colocando-o em evidência", explica. 


Vantagens

Ainda de acordo com Camargo, o ouro não sofre problemas de liquidez, já que é uma commodity de cotação internacional e negociadanas principais bolsas do mundo inteiro. "Algumas moedas podem apresentar baixa liquidez, mas não é o caso do ouro que é, inclusive, aceito em qualquer lugar, a qualquer tempo", afirma.


A atratividade do ouro pode ser ainda maior diante de um cenário de instabilidade da moeda norte-americana. "A instabilidade do dólar hoje por motivos de especulação, ou inflação nos EUA, acaba colocando o metal em um patamar de destaque. Ele tem uma correlação contrária à crise, enquanto os mercados estão caindo, ele está se valorizando", explica. 


Como investir

Existem duas formas de comprar ouro: na BM&F ou no mercado de balcão. Na bolsa, o investidor precisa ter uma conta em uma corretora de valores e os contratos são negociados em lotes-padrão de 250 gramas de ouro, ou seja, só é possível adquirir lotes inteiros – um lote (250 gramas), dois lotes (500 gramas), três (750 gramas) e assim por diante.

A compra por meio da BM&F, portanto, é voltada a grandes investidores, já que um lote-padrão, hoje, pode sair por quase R$ 19 mil.

No mercado de balcão, por outro lado, não existe um limite mínimo para investir, ou seja, é possível investir em qualquer quantidade de ouro, até mesmo em um grama.

Para especialistas, por adequar-se ao bolso do investidor, o ouro como investimento é indicado a qualquer perfil de risco, desde o mais conservador ao mais agressivo, sempre pensando no médio e longo prazo.