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Economista pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Possui cursos de extensão pela Fundação Getúlio Vargas em Fundamentos de Estatística Descritiva e Probabilidade, Gestão de Preços, Consultoria em Investimentos Financeiros, Balanced Scorecard, Finanças Empresariais, Introdução ao Mercado de Ações a Vista, Administração Financeira / Decisões sobre Investimentos e Financiamentos, Direito Bancário, Gestão de Crédito e Risco, Direito do Seguro e Resseguro, Gestão Estratégica em Negócios Bancários, Teoria Econômica do Setor Público, Contabilidade Financeira, Projetos de Investimento Social e Série Estratégica em Finanças. Possui Certificação pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos CPA 10 e CPA 20. É Agente Autônomo de Investimentos credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM), certificado pela Associação Nacional das Corretoras e distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord). E-MAIL: daguiarsilva@uol.com.br

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"Não tem dinheiro? Fazemos em até 15 vezes"

Por Danilo Reis

Quem nunca entrou em uma loja namorando aquele televisor novo que "você só estava olhando" e foi abordado por um cordial vendedor? Este mesmo vendedor fala as palavras mágicas: "Gostou? Aproveita que esta em promoção!". 

Seu coração palpita e mesmo com uma certa desconfiança você pergunta: "Sério! E quanto é?". Com ar de novidade, o vendedor habilidoso te responde: "Só R$59,90 por mês".

A história acima parece bem comum e, com certeza, todos nós já fomos tentados a nos render a nossos desejos consumistas. Porém, se quisermos manter nossa tão sonhada saúde financeira, devemos desligar o impulso e ligar nossas calculadoras.

A aparente pechinha, que não vai pesar nada por mês, pode se tornar uma verdadeira devoradora de salários. Para evitar isso, o primeiro passo é considerar o comprometimento atual da sua renda. Calma, isso é muito mais simples do que parece. 

Basta dividir a soma de todas as despesas pagas por você em um determinado mês pelo seu salário e multiplicar esse valor por cem. Quanto menor esse valor melhor.

Por exemplo: ao fazer a conta acima, você constatou que atualmente 40% da sua renda já esta comprometida. Agora faça essa mesma conta, somando a suas despesas o valor da parcela da TV. Caso esse valor fique maior que 60%, é bom pensar duas vezes antes mesmo de prosseguir. Muitas vezes é melhor guardar o dinheiro e fazer a compra no futuro sem adquirir uma nova dívida.

Pronto! Mesmo pagando essa parcela você ficaria com, digamos, 50% de sua renda comprometida (lembrando que quanto menor esse número, mais fácil ficará sua vida no futuro). Falando em futuro, agora é hora de pensar em tempo de comprometimento. Para isso, você deve consultar o tempo que falta dos parcelamentos que você está pagando nesse momento e usar o maior valor.

Digamos que ainda faltem 5 parcelas do seu DVD e 12 parcelas de seu sistema de som. Neste caso, você possui dívidas por pelo menos mais 12 meses e daqui a 5 meses seu endividamento mudará. Para saber de quanto é a mudança, basta repetir a conta acima retirando o valor da parcela do DVD.

Não é aconselhável fazer dívidas por um longo prazo, devido aos juros dos financiamentos, e nem comprometendo grande parte de sua renda (veremos novamente esse assunto mais adiante, inclusive você verá que há casos em que isto se torna vantajoso). Abaixo são mostrados alguns bons motivos para evitar isso:

* 1. Caso aconteça alguma despesa não prevista você não terá reservas;
* 2. Os valores pagos em juros de financiamentos longos fazem com que o valor real pago pelo produto aumente significativamente;
* 3. Itens de tecnologia tem uma vida útil muito curta. Hoje as pessoas ficam em média 1 ano e meio com um mesmo celular, não faz sentido pagar em 3 anos.

Em posse das informações sobre o quanto sua renda está comprometida e por quanto tempo, deve ser tomada a decisão. Realmente é um bom negócio a compra desse produto? Não adianta pegar uma bela promoção com desconto de 50% se você não poderá pagá-la mesmo assim.

O número ideal desses fatores varia de pessoa para pessoa, mas lembre-se de quesempre que se entra em um novo financiamento você sacrifica um pouco de sua renda futura. O melhor é encontrar o equilíbrio e sempre ter formas de proteção com seguros, previdência, investimentos etc.

Ter dívidas é algo comum e faz com que nossa economia se mantenha saudável, já que "infelizmente" nem sempre é possível comprar tudo aquilo que queremos à vista. Um exemplo é o mercado consumidor americano, onde poucas pessoas possuem carros ou casas 100% pagas. Lógico que abusos como os que levaram à crise atual devem ser evitados, mas, desde que usados com sabedoria, os financiamentos podem ser ótimos aliados.

A escolha sobre qual caminho seguir é somente sua, porém podemos ajudar mostrando as armadilhas e os benefícios de cada caminho. 

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