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Economista pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Possui cursos de extensão pela Fundação Getúlio Vargas em Fundamentos de Estatística Descritiva e Probabilidade, Gestão de Preços, Consultoria em Investimentos Financeiros, Balanced Scorecard, Finanças Empresariais, Introdução ao Mercado de Ações a Vista, Administração Financeira / Decisões sobre Investimentos e Financiamentos, Direito Bancário, Gestão de Crédito e Risco, Direito do Seguro e Resseguro, Gestão Estratégica em Negócios Bancários, Teoria Econômica do Setor Público, Contabilidade Financeira, Projetos de Investimento Social e Série Estratégica em Finanças. Possui Certificação pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos CPA 10 e CPA 20. É Agente Autônomo de Investimentos credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM), certificado pela Associação Nacional das Corretoras e distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (Ancord). E-MAIL: daguiarsilva@uol.com.br

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Contabilidade mental; perigo real

Por Conrado Navarro - 17/09/2010 - 09h18

O que está registrado apenas na cabeça nem sempre serve para tomar uma importante decisão. Apesar de polêmica, a afirmação retrata o que acontece com as decisões econômicas do cotidiano de muitas famílias.

Baseados na chamada contabilidade mental, consumidores endividam-se sem necessidade, pagam caro e investem mal. Tudo porque acreditam conhecer sua realidade financeira, seus limites, quando na verdade decidem com base em variáveis equivocadas e pouco discutidas.


Registrar e criar o hábito de confrontar valores facilita o entendimento da situação financeira familiar e permite que ações sejam tomadas com base em fatos. Confrontar significa ater-se à realidade e tomá-la como referência para todo e qualquer próximo passo, seja ele relacionado aos investimentos ou consumo.


O caso clássico do salário deixa claro o perigo da contabilidade mental: experimente perguntar a algum amigo ou familiar quanto ele ganha. A maioria menciona o salário bruto e tem nesse valor a referência para o padrão de vida e gastos mensais. E as deduções e descontos? O salário líquido disponível em conta corrente é outro, mas poucos reconhecem conscientemente essa diferença.


Decidi trazer o assunto à tona novamente depois ler a matéria O poder da mente, publicada no jornal Valor Econômico de 9 de setembro (para assinantes do jornal) e escrita por Antonio Perez.

O texto traz importantes depoimentos de especialistas e exemplos de estudos que comprovam a irracionalidade presente na tomada de decisões baseadas na contabilidade mental. Observe e participe do exercício a seguir:


* Situação 1: imagine que você decidiu assistir a um filme cujo valor do ingresso é R$ 15,00. Quando chega ao cinema, percebe que perdeu os R$ 15,00 que tinha separado para isso. Pergunta: você mesmo assim compra o ingresso?


* Situação 2: imagine que você decidiu assistir ao filme e comprou antecipadamente o ingresso. Quando chega ao cinema, percebe que perdeu a entrada. Pergunta: você compra um novo ingresso e assiste ao filme?


Em pesquisa, mais de 80% das pessoas responderam que comprariam o ingresso diante da Situação 1. Para a Situação 2, apenas 40% afirmaram que comprariam uma nova entrada. Se o custo para ver o filme é igual em ambos os casos (R$ 30,00), por que a diferença nas respostas? A reportagem traz a resposta:


>> No primeiro caso, o dinheiro ainda não havia sido "mentalmente contabilizado", ao passo que, no segundo, os recursos já haviam sido registrados como gasto com o cinema.


O simples fato de associar o gasto fez com que os participantes analisam com mais racionalidade o passo seguinte. A situação foi ilustrada por Carlos Pinheiro, autor do livro "Como Investir em Ações" (Ed. Ciência Moderna) e coordernador de um estudo de contabilidade mental realizado por alunos da Universidade Estadual da Bahia (Uneb).


Por que é tão difícil admitir que a contabilidade mental não funciona? Ora, simplesmente porque muitos juram que ela funciona e julgam que dão conta de suas finanças através dela. Na prática, o que se vê é descaso com o dinheiro e falta de respeito com o padrão de vida possível. Em outras palavras, gente endividada, insatisfeita e sem capacidade de investir.


Manter o orçamento sempre em dia, devidamente documentado, implica responsabilidade na hora de continuar gastando.

Experimente outro exercício: faça, de cabeça, uma conta tentando imaginar quanto gastou no mês passado com lazer, balada ou outra atividade que você tanto gosta. Agora dedique-se, nem que seja no mês seguinte, a sempre registrar esses gastos. Compare sua imaginação com a realidade. Bem-vindo ao mundo real. Hora de crescer.

DISPONÍVEL EM: http://www.controlefinanceiropessoal.com.br/controlefinanceiro/ARTIGO-CONTROLE-FINANCEIRO-PESSOAL-372-CONTABILIDADE+MENTAL+PERIGO+REAL.htm

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