Por Álvaro Modernell
Meu salário acaba rapidinho e logo estou no cheque especial novamente. O que posso fazer para mudar a minha situação? É uma pergunta que ouvimos com frequência. Uma situação conhecida por boa parte dos brasileiros assalariados.
Bom esclarecer que não há nada de errado com o cheque especial, se usado da forma correta. Mas deve ser utilizados somente em momentos de emergência, em condições especiais, momentâneas. Dessa forma, não deveria fazer parte do orçamento do cidadão e sua família.
Ocorre que, equivocadamente, algumas pessoas consideram o limite do cheque especial como parte do orçamento, sem avaliar as consequências dessa prática. Devemos ter em mente que, se o orçamento está "fechando no vermelho" ou seja, o salário está acabando logo depois que creditado na conta, algum problema estrutural está ocorrendo. E precisa ser corrigido.
Se as despesas estão maiores do que as receitas, a solução não virá de um crédito do "pontual", a exemplo do cheque especial. Essa prática equivocada pode criar um efeito contrário, tipo "bola de neve", ou seja, gerando juros que, com o passar do tempo, piora o desequilíbrio do orçamento, pois cria mais uma despesa (os juros). A solução deve ser do estrutural, uma reestruturação ampla.
A reestruturação passa pela construção de uma planilha de receitas e despesas (e de bens), em que os principais eventos financeiros devem ser destacados. Certamente que, ao construir tal planilha, uma reflexão surgirá e as alternativas de soluções aparecerão. Será preciso atitude para implementá-las. Apenas diagnosticar o problema não vai resolver a situação.
Talvez exista algumas inadequações que podem ser corrigidas. Um bem ou serviço que esteja financiado e possa ser eliminado, racionalizado ou postergado, como por exemplo um automóvel de luxo que poderia ser substituído por outro de menor valor, que não precise ser financiado. Calma, é só um exemplo, eu não tenho nada contra os automóveis de luxo! Mas é preciso manter o orçamento equilibrado.
Uma boa premissa é que os bens, assim como os serviços que utilizamos, devem proporcionar conforto, mas, acima de tudo, precisam trazer tranqüilidade e felicidade e não preocupações e perturbações.
Nenhum bem, por mais prazeres que possa gerar, é capaz de compensar perturbações no nosso sono causadas por dívidas e problemas financeiros.
Fonte: Mais Ativos
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