Por Luciana Grili e Juliana Castro
O velho sonho da casa própria ainda continua na mente e nos hábitos do brasileiro - mesmo que ela seja paga em suaves prestações de longos financiamentos, com juros altos e taxas além das que cabem no bolso e na renda mensal da maioria das pessoas. O mesmo procedimento foi transferido para solucionar o sonho do carro próprio.
Mas apesar destas duas metas financeiras serem ainda muito cogitadas no país, um novo desejo ronda a cabeça de muitos - ser milionário.
Um exemplo disso são as inúmeras pessoas que tentam a sorte como participantes de reality shows, programas de televisão com premiações, concursos promocionais, sorteios, entre outros.
Também vale aqui a tal "fezinha", jogos de azar, bolões, bingo, loto e mega sena - essa sim faz a cabeça de muita gente com seus prêmios volumosos. Há quem jogue semanalmente nos mesmos números e com a mesma quantia durante muitos anos seguidos com a esperança de ficar rico.
Mas será que tornar-se milionário é tão difícil ou quase impossível quanto parece para aqueles que vivem sonhando com o montante na conta bancária?
No caso da Mega-Sena, milhares de pessoas gastam todos os dias valores considerados pequenos, quase insignificantes diante dos prêmios acumulados para arriscar seus palpites. Mas será que vale mesmo a pena depositar esperança e crença em um jogo com tão pouca probabilidade de acertos? Esse valor gasto semanalmente pode pesar no bolso do trabalhador? O que vale mais: arriscar-se nos jogos ou guardar, juntar e aplicar o dinheiro na poupança, em imóveis ou até mesmo em ações na bolsa de valores?
O consultor financeiro Leonardo Gazini Facchini tem respostas e convicções para essas perguntas e dá dicas de como fazer o dinheiro excedente trabalhar a serviço de quem poupa - sem depender demasiadamente da sorte.
Ele não condena jogos ou soluções rápidas para se ganhar dinheiro, mas alerta que o que adianta mesmo é saber fazer o dinheiro trabalhar a serviço do seu dono.
"Nada contra os jogos ou prêmios, mas para quem quer acumular dinheiro, o recomendado é investir em patrimônio com a capacidade de gerar renda mensal, como imóveis para alugar, ações para receber dividendos, etc e assim garantir o padrão de consumo continuamente com a renda das aplicações", explica o consultor.
Outro ponto muito curioso e bastante comum é que apesar do crescente número deadeptos a soluções rápidas para se tornar um milionário, percebe-se que a maioria das pessoas contempladas não conseguem administrar o prêmio.
Segundo Facchini, o que todos precisam antes de aventurar-se nos jogos e nas armadilhas é ter educação financeira. "É preciso aprender a poupar e gastar com consciência", afirma o consultor.
Facchini garante que é saudável brincar e participar de bolões entre amigos e familiares, de bingos e outras opções pode tentar a sorte sem receios, principalmente pela descontração que é proporcionada, mas alerta que é preciso ter bom senso. "O problema é quando estes procedimentos se tornam vício. Aí o jogador pode até gastar dinheiro comprometido do orçamento nos jogos", analisa.
Para o consultor, o importante é ter metas, definir objetivos, saber o que se quer e para isso desenvolver disciplina e educação financeira, conciliando as despesas do dia-dia, além de um planejamento financeiro eficiente.
Ele acrescenta "é preciso poupar no mínimo 15% da receita (renda). O dinheiro poupado deve ser direcionado para investimentos capazes de produzir renda de acordo com a finalidade pré-determinada e que ao longo do tempo proporcionará tranquilidade, conforto e bem-estar para viver a vida", diz.
Segundo ele, quem seguir a lição de casa e conter o ímpeto de gastar desnecessariamente pode atingir o primeiro R$ 1 milhão muito antes do que imagina.
O especialista aponta que o principal erro da maioria das pessoas é achar que não adiantará nada começar a economizar com pouco. "Com isso vive-se postergando e arrumando desculpas para poupar".
Ele diz que é necessário seguir alguns passos, como ser crítico com o orçamento se permitindo fazer pequenas mudanças de hábitos. "Só assim, será possível encontrar forma de reduzir gastos e poupar mesmo que pequenas quantias, mas para quem não se atenta, esses pequenos valores diários podem fazer toda diferença ao longo do tempo", na opinião dele.
Dicas do consultor:
Primeiro passo: buscar conhecimento. A internet tem um vasto e rico conteúdo sobre Educação Financeira. Envolva-se na leitura de um livro sobre planejamento financeiro e finanças pessoais.
Segundo passo: Vale participar de palestras, cursos e nunca descartar a possibilidade de ter ajuda de um profissional especializado. "Quebre a barreira cultural e lembre-se de investir em você", conclui o consultor financeiro, Leonardo Gazini Facchini.
Fonte: Juro Composto
Nenhum comentário:
Postar um comentário